A diretoria do Boa Esporte segue sem se pronunciar após o rebaixamento do time no Módulo II do Campeonato Mineiro. A ‘lei do silêncio’ é o que toma conta do clube, desde a queda para a última divisão do futebol estadual, confirmada no último sábado (22).
Procurada, a assessoria de imprensa da Coruja informou que não pretende se manifestar neste momento. Após a derrota do Boa Esporte em casa para a URT, por 2 a 0, pela última rodada do estadual, apenas o atacante Nicolas falou com a imprensa.
“O momento agora é difícil. Eu não tenho palavras para falar o momento que estamos passando. Infelizmente nós saímos com a cabeça baixa, que não é o que queríamos, [...]. O sentimento é de tristeza, muita tristeza por não ter deixado o Boa no seu devido lugar onde nós pegamos”, disse Nicolas em entrevista ao repórter Franco Junior, da EPTV Sul de Minas.
O planejamento era outro
O Boa Esporte iniciou o ano com a pretensão de voltar à elite estadual, competição que o clube não disputa desde 2021. Para isso, a diretoria apostou no técnico Wilson Júnior, anunciado em março.
Atletas já conhecidos, como Muchacho, Alyson e Nicolas foram contratados. O experiente Renan Oliveira, ex-Galo, também. Mas as peças não se encaixaram e, depois de um primeiro turno sem vitórias, Wilson foi demitido. Rogério Henrique assumiu e venceu logo na estreia.
A expectativa da classificação voltou, mas por pouco tempo. Isso porque a Coruja teve uma nova sequência ruim de resultados, sem vitórias. A luta passou a ser contra o rebaixamento. A “missão” também não foi cumprida e o Boa acabou rebaixado após três anos no Módulo II.
Boa Esporte cai para a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. Foto: José Maria Garoa/FMF
Temporada manchada
A temporada de 2024 ficará manchada na história do Boa Esporte, um dos clubes mais vitoriosos do estado. O time chega ao limbo do futebol mineiro exatamente 10 anos depois de deixar escapar o acesso à Série A do Brasileirão.
Em 2014, a Coruja chegou na última rodada da Série B no G-4. Bastava apenas vencer o já rebaixado Icasa, mas isso não aconteceu. A equipe foi rebaixada no ano seguinte, se reergueu e chegou ao destaque nacional em 2016, ao vencer a Série C do Brasileirão de forma inédita.
Mas os descensos voltaram a assombrar o time. Depois de sete participações na segunda divisão nacional, a Coruja foi rebaixada em 2018. Em 2020, foi a vez de cair na Série C. A eliminação precoce na Série D de 2021 foi concomitante com a queda na elite do Mineiro.
Um cenário atípico para o Boa. Um clube que, além da taça da Série C, coleciona três títulos de campeão mineiro do interior (2009, 2014 e 2019), duas Taças Minas Gerais (2007 e 2012) e dois Módulo II (2004 e 2011). Agora, a realidade é esperar a Segundona de 2025.
Coruja foi campeã da Série C do Campeonato Brasileiro em 2016. Foto: Lucas Figueiredo/CBF