Foi preso na última terça-feira (09), no interior de São Paulo, o médico condenado pela morte e retirada ilegal de órgãos de uma criança. O médico foi preso após tribunais superiores cassarem, a pedido do MPMG, a liminar que impedia a prisão de médico responsável pelo crime contra uma criança de 10 anos, em 2000, em Poços de Caldas.
O médico Álvaro Ianhez, de 76 anos, já havia sido condenado a 21 anos e 8 meses, por homicídio duplamente qualificado, em abril de 2023. Porém, ainda não tinha sido preso, já que a decisão do STJ impedia a execução da pena. Agora, com nova decisão proferida pelo Ministro Schietti, após o Supremo Tribunal Federal determinar que o STJ observasse a cláusula de reserva de plenário, o condenado foi preso.
O médico foi encaminhado para a cidade de São Paulo.Caberá ao Departamento Penitenciário de Minas Gerais a transferência do preso para uma unidade prisional do estado. A prisão foi resultado de atuação conjunta dos Centros de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais (Caocrim), dos Ministérios Públicos de Minas Gerais e de São Paulo.
O caso
Segundo a denúncia do MPMG, o preso foi um dos médicos que causaram a morte da criança, com o objetivo de usar, em outros pacientes, os órgãos de Paulo Pavesi, que havia sofrido um traumatismo craniano, no dia 19 de abril de 2000, após sofrer uma queda do prédio onde morava, em Poços de Caldas.
Ainda segundo a denúncia, na manhã seguinte à entrada de Pavesi no hospital, o médico atestou a morte encefálica do menino mesmo sabendo que ele ainda estava vivo. Os rins e as córneas foram retirados e encaminhados para pacientes do próprio médico e uma clínica privada, de São Paulo, o que contraria a Lei de Transplantes.
Outros cinco médicos já foram condenados em 1ª instância por participação no caso, mas respondem em liberdade.
