Comerciantes que possuem estabelecimentos na Rua Presidente Antônio Carlos estão insatisfeitos e cobram providências da Cemig e do poder público pelo serviço de iluminação que vem gerando transtornos a eles em Varginha. Nesta segunda-feira (20), um trecho da rua, que é uma das principais do centro comercial, além do Calçadão da Wenceslau Braz, ficaram sem energia elétrica por mais de três horas.
De acordo com comerciantes, o problema começou por volta das 13h30 após alguns deles escutarem um barulho de estouro. Entretanto, ainda de acordo com eles, não é a primeira vez que o problema acontece e que eles já estão cansados de tantos prejuízos e falta de providências.
“É um problema rotineiro, se fosse só ontem (segunda-feira) a gente não iria fazer tanto barulho. Simplesmente a gente não sabe o que acontece. Eles (Cemig) falam que não é problema deles, que é problema de quem fez a rua, mas a questão é que a gente fica sem energia por horas, a rua inteirinha no maior prejuízo. É não é uma vez ou outra, sempre acontece. A gente não está aguentando mais, é prejuízo em cima de prejuízo, a gente fica sem sistema, sem segurança. Estamos cansados”, relatou Fernanda Amaral, proprietária da Loja Boi da Cara Preta, em entrevista ao Varginha Online.
“Se tivesse feito um bom serviço, não teria estrago de novo. Fora a falta de energia, dá pico de energia direto, ou seja, queima computador, queima eletrodomésticos que a gente tem nas lojas. É uma falta de compromisso com a gente, de responsabilidade. Em pleno dia 20 de dezembro isso acontecer. A gente está em véspera de Natal, o comércio já não está bom e a gente ficar mais de 3 horas sem energia foi terrível. A gente está vendo o quer fazer. Vamos fazer um BO coletivo entre as lojas e estamos querendo mover uma ação contra a Cemig pra eles se responsabilizarem pelos nossos danos”, completou a comerciante.
Em nota, a Cemig explicou o que teria causado as quedas de energia que ocorreram durante o ano de 2021 no trecho e afirmou que técnicos e engenheiros se reunirão nesta quinta-feira (23) para avaliar as ações para prevenir a ocorrência de novos desligamentos na região da cidade. Confira a nota completa da empresa ao final da matéria.
Já a Prefeitura afirmou que a responsabilidade é inteiramente da Cemig e que cabe a empresa responder a situação. O Executivo ainda citou que é responsável pela iluminação pública, que vem sendo inteiramente trocada em toda cidade por lâmpadas de Led.
“A Prefeitura é responsável pela iluminação pública, troca de lâmpadas queimadas. A Prefeitura substituiu 18 mil lâmpadas de vapor de sódio por luminárias de LED em ruas e avenidas de praças e prédios públicos. Ainda está concluindo a troca de lâmpadas por luminárias de LED em todos os prédios da educação”, afirmou a Assessoria de Comunicação ao Varginha Online.
Procurado, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Varginha (ACIV), Anderson Martins, afirmou que “não recebemos nenhuma reclamação sobre falta de energia”, disse.
Segundo Evaldo Machado, Gerente de Vendas da Max Shop, o problema é recorrente e nenhuma providência para solucionar o problema de quedas e picos de energia foi tomada. Isso vem causando prejuízos incalculáveis aos comerciantes, frente a um momento delicado para a economia dos negócios, frente à pandemia da Covid-19.
“Os prejuízos são muitos, ainda mais nesse mês de dezembro que o comércio fica mais aquecido. Durante o ano foram várias vezes que tivemos que fechar as portas por conta do mesmo problema. Não sabemos quem é o responsável, se é a Cemig, Copasa ou Prefeitura, só queremos uma solução de vez. Em uma data como foi ontem (segunda-feira), o prejuízo é grande demais com as portas fechadas”, citou ele.
“Tudo leva a crer que faz o conserto provisório, porque sempre acontece o mesmo problema quando tem uma chuva mais forte, como foi a que tivemos nos últimos dias. Outras vezes tivemos que liberar os funcionários porque não resolveu no mesmo dia o problema”, completou o gerente.
Hederson da Cunha Bueno, sócio da Cacau Show, também citou que o problema é recorrente e afirmou que a falta de ar condicionado, devido à queda de energia elétrica, compromete os produtos que são vendidos em sua loja.
“Isto causa muitos transtornos para lojistas e também para as pessoas e veículos que passam por este trecho. Os produtos que vendemos necessitam de ar condicionado 24 horas por dia, além dos produtos que precisam ficar no freezer. Já tivemos prejuízos com perda de produtos em razão da falta de energia e também já tivemos prejuízos com equipamentos eletrônicos da loja. A Cemig precisa apresentar uma solução para estes problemas o mais breve possível”, questionou ele.
Em nota, a Cemig explicou quais foram os problemas que causaram as quedas de energia durante o ano de 2021 e afirmou que está agendada uma reunião entre técnicos e engenheiros da empresa, para esta quinta-feira (23), para tratar sobre o problema. Confira a nota na íntegra:
“A Cemig informa que as interrupções no fornecimento de energia mais relevantes registradas ao longo do ano em parte da Av. Presidente Antônio Carlos, em Varginha, tiveram causas distintas. No dia 2 de fevereiro, a infiltração de dejetos da rede de esgoto na câmara da rede subterrânea de energia, danificou equipamentos e provocou uma interrupção no fornecimento de energia em parte da avenida. Equipes da Cemig trabalharam em conjunto com equipes da Copasa para sanar o problema.
Já as ocorrências registradas nos dias 8 de setembro e 20 de dezembro, foram decorrentes da infiltração de água pluvial nas câmaras subterrâneas após precipitação de grande volume acumulado de chuvas na cidade. Dessa forma, foi necessário o desligamento emergencial durante os serviços de drenagem da água da chuva, para garantir que os trabalhos de manutenção e correção dos equipamentos da rede de energia pudessem ser realizados com segurança.
A Cemig informa, ainda, que técnicos da empresa estarão reunidos nesta quinta-feira (23/12) com técnicos e engenheiros da empresa responsável pela obra da rede subterrânea, para avaliar as ações para prevenir a ocorrência de novos desligamentos nesta região da cidade”.