O clima seco deve prejudicar a próxima safra de café. Em São Gonçalo do Sapucaí, Minas Gerais, o agricultor Willer de Carvalho Arantes, por exemplo, espera uma queda de 30% na produção este ano. “Por causa do déficit hídrico, tem planta sem fruto e outras com muito frutos”, diz Willer.
O café é uma cultura de bienalidade. Em um ano produz mais e, no outro, menos. E a safra de agora é a menor. Espera-se uma queda nacional de 21% e 30% este ano, com uma colheita de 43 milhões e 49 milhões e meio de sacas. Mas o agricultor que tem estoque do produto está se dando bem, porque a saca atingiu preços históricos
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo , no dia 2 deste mês a saca de café tipo seis bebida dura foi vendida por R$ 748,00. Este foi o maior valor desde o início da série histórica em 1996.
Com isto, o produtor tem conseguido se salvar em meio à baixa produção, conforme afirma a cafeicultora Nara Beatriz Carneiro: “Quem tem safra de 20 para vender consegue se manter por causa do preço dos insumos que aumentaram. Quem tinha deu uma respirada”.