O público participante do festival 2018 compartilhou sonhos para cerca de oito quilômetros urbanos da via.
Planejada para mobilizar a população em torno de uma causa, a Virada Varginha 2018 teve como proposta repensar um novo uso para a antiga linha férrea. Durante três dias, cerca de cerca de 10 mil pessoas participaram das atrações culturais, ambientais, esportivas e artísticas. Uma das atividades realizadas durante a Virada foi uma pesquisa interativa quantitativa e qualitativa com o público circulante. Com cerca de oito quilômetros de extensão a linha cruza toda a cidade, da região da Praça da Mina no extremo norte até o sul às margens do rio Verde no bairro Damasco. Desde que foi desativada, a região no entorno dos trilhos iniciou um continuado processo de deterioração e de ocupação desordenada.
A coordenação da pesquisa foi da AC7 Arquitetura Colaborativa que desenvolveu um banner onde as pessoas colaram adesivos na superfície com mensagens com respostas a perguntas específicas. Os questionamentos buscaram conhecer o perfil dos usuários, primeiramente através de gênero, idade, escolaridade e naturalidade. O resultado apresentou uma maioria feminina, de jovens adultas, moradoras de Varginha, com índices de escolaridade médio a elevado.
A pesquisa objetivou ainda, conhecer a relação da população com a linha férrea, se já frequentavam o espaço e para qual finalidade. O resultado apontou que grande parte já utiliza alguns dos trechos da via, principalmente na região central para shows, como por exemplo, a “Quinta da Boa Música”, na Estação Ferroviária. A maioria dos usuários mencionou morar nas proximidades, o que também justifica sua passagem pelo local.
Por fim, foi questionado o que o público desejaria que fosse feito com a linha férrea. Nesse ponto, uma grande parte opinou que gostaria que o trem voltasse a circular. Outros defenderam o uso como um circuito histórico e cultural. Parte dos entrevistados disseram ainda que os quilômetros ao longo da linha poderia ser usado como via de deslocamento não motorizado, como por exemplo, bicicleta, patins e skate. Dentre as manifestações escritas, se destacaram o desejo por mais atividades de lazer e cultura, principalmente para as crianças. Também foi manifestado a intenção de continuidade das ações realizadas durante o festival."Foi muito interessante perceber que parte da população enxerga várias e novas formas de uso para essa área da cidade. As respostas foram importantes para pensarmos juntos maneiras de tirar a linha férrea do esquecimento e dar vida ao trecho", destaca o coordenador-geral da Virada Varginha, Diego Gazola.
A Virada Varginha 2018 foi um festival não governamental de cidadania mobilizado pela Muda de Ideia e Sakey Comunicação, alinhada com o Fórum Varginha 2050. Este ano, o evento teve a parceria estratégica do Sebrae, e foi viabilizada pela Pedreira Santo Antônio e Grupo Unis. Contou ainda com o apoio da RN, Moinho Sul Mineiro e da Associação Feminina de Assistência Social (AFAS-Varginha) e do Portal Varginha Online.
