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Dilma Rousseff é a primeira mulher na Presidência do Brasil

Portal Uai | 01/11/2010 - 09:47:50

Mineira de BH, aos 62 anos a ex-ministra do governo Lula supera uma campanha marcada por agressões verbais e entra para a história como a primeira mulher a governar o Brasil depois de 35 homens no poder

Em uma escolha inédita do eleitorado brasileiro, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff , foi eleita a primeira mulher presidente do Brasil. De acordo com a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 92,53% ds urnas apuradas até às 20h00, a candidata tinha 55,43% dos votos válidos, contra 44,57% do concorrente José Serra (PSDB).

Considerada uma pessoa ''sem experiência política'', Dilma Rousseff conseguiu se eleger presidente em sua primeira disputa eleitoral. Ex-Ministra das Minas e Energia e ex-Ministra da Casa Civil, Dilma passou a ser considerada o braço direito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir de 2005, com a queda do homem forte do PT, José Dirceu, exonerado do cargo depois das denúncias de ser o mentor do mensalão. Em 31 de março deste ano, a petista deixou a cadeira para disputar a Presidência da República, com a bênção de Lula, que foi seu principal apoiador e cabo eleitoral.

Dilma Vana Rousseff Linhares, mineira de Belo Horizonte, nasceu em 14 de dezembro de 1947. Os primeiros anos escolares foram no Colégio Sion, exclusivo para meninas e onde se falava com os professores em francês. Em 1965, foi transferida para o Estadual Central e, em seguida, fez faculdade de economia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), palcos da efervescência cultural e política da capital mineira. Resultado: Dilma integrou a Polop, Colina e VAR-Palmares, organizações clandestinas. Viu amigos serem presos, torturados, exilados e assassinados pela repressão.

Em 1970, foi presa e torturada nos porões da Oban e do Dops, em São Paulo. A Justiça Militar a condenou por “subversão”, com pena de dois anos e um mês de prisão – que na prática vivaram quase três anos. Libertada, voltou para Belo Horizonte e em seguida foi para Porto Alegre, onde o marido, Carlos Araújo, também capturado pela repressão, cumpria pena de quatro anos. Jubilada da UFMG por ter se envolvido em organizações de esquerda, ela recomeçou os estudos de economia na capital gaúcha.

Engajada na campanha pela anistia aos presos políticos, foi uma das fundadoras do PDT gaúcho junto com o marido e atuou diretamente no movimento Diretas Já. Em 1986, foi nomeada secretária da Fazenda pelo prefeito de Porto Alegre, Alceu Collares. Com a eleição do prefeito para o governo estadual, assumiu a Secretaria Estadual de Minas, Energia e Comunicação. O convite foi refeito na gestão de Olívio Dutra no governo gaúcho, eleito em 1998 a partir de uma aliança entre PDT e PT. Dois anos depois, com o rompimento entre os partidos, filiou-se ao PT.

Dilma concluiu a segunda passagem pelo governo gaúcho no fim de 2002. Lula havia sido eleito presidente da República e a convidou para assumir o Ministério das Minas e Energia. Lá ficou até 21 de junho de 2005, quando foi deslocada para a Secretaria da Casa Civil, onde sucedeu José Dirceu (PT).

Campanha

Apontada há cerca de três anos pelo presidente Lula como a favorita para sucedê-lo, Dilma teve como principal estratégia de campanha a conquista do eleitorado que aprova o atual governo.Com popularidade em nível recorde, o presidente não poupou esforços na busca por votos para sua escolhida. Com papel ativo tanto nos bastidores da campanha como na linha de frente, aparecendo em comícios e na propaganda eleitoral, Lula é considerado o grande trunfo da eleição de Dilma.

A continuidade e a ampliação de projetos criados nos últimos oito anos, como o Bolsa Família e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), estiveram no centro do discurso da candidata, que também exaltou as conquistas da atual administração, entre elas a quitação da dívida brasileira junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Durante a campanha, Dilma Rousseff também teve de se defender de acusações sobre um suposto esquema de tráfico de influência envolvendo sua sucessora e braço-direito na Casa Civil, Erenice Guerra. O escândalo é apontado como uma das explicações para a perda de votos sofrida pela candidata petista semanas antes do 1º turno.

A reta final da campanha também foi marcada por um esforço em conquistar parte do eleitorado mais religioso, preocupado com comentários antigos da ex-ministra em favor da legalização do aborto – diferentemente da posição defendida atualmente por Dilma, que se diz contrária a qualquer mudança na legislação.

 

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