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Deputado que declarou ter R$ 35 em bens vai gastar R$ 5 milhões na campanha

Estado de Minas | 03/08/2010 - 08:42:19

Os 325 deputados federais que disputam a reeleição e têm um patrimônio pessoal menor do que o volume de gastos de campanha – 79% – informaram à Justiça Eleitoral estimativas de despesas que superam em até 142 mil vezes os seus bens, como é o caso do deputado federal Davi Alves Silva Junior (PR-MA), que declarou patrimônio de R$ 35 e pretende gastar R$ 5 milhões. Outros 18 deputados federais que declaram não ter nenhum centavo, vão despender entre R$ 700 mil e R$ 6 milhões.

Entre os 74 deputados federais cujos bens são superiores aos gastos, a relação entre patrimônio e despesas de campanha se inicia com despesas iguais ao total dos bens e decresce até 1% do patrimônio, como ocorre com o deputado federal Marcelo Almeida (PMDB-PR), cuja fortuna declarada é da ordem de R$ 683.270.832 e informa despesa de R$ 6 milhões em sua reeleição.

Dos 513 parlamentares, 473 concorrem a algum cargo eletivo: 409 disputam a reeleição, 32 o Senado, nove são candidatos aos governos de estado e nove pretendem se eleger deputados estaduais. Há 14 que compõem as chapas majoritárias: dois são candidatos a vice-presidente – Michel Temer (PMDB-SP) e Índio da Costa (DEM-RJ) –, nove são candidatos a vice-governador e três são candidatos à primeira suplência do Senado.

Excluindo esses 14 parlamentares que integram as chapas majoritárias e por isso não apresentam estimativas de gastos nas eleições, os outros 459 parlamentares vão gastar neste pleito R$ 1. 705.603 bilhão. Deste, R$ 1. 298.080 bilhão refere-se às campanhas de reeleição dos deputados federais e a diferença de R$ 407. 550 milhões aos demais cargos.

Em média, a campanha de um deputado federal à reeleição custará R$ 3,173 milhões. Metade dos parlamentares que informaram as menores despesas gastarão até R$ 3 milhões. Desprezando os 12 casos de deputados federais que enviaram à Justiça Eleitoral estimativa de gasto zero na campanha, a parlamentar que pretende gastar menos é Luciana Genro (PSOL-RS): R$ 300 mil. A despesa de Luciana Genro será 3,3 vezes superior ao seu patrimônio informado, de R$ 91 mil.

Os dois deputados federais que projetam despesas mais altas em sua reeleição, Wilson Santiago (PMDB-PB) e Manoel Junior (PMDB-PB), informaram à Justiça Eleitoral gastos individuais de R$ 13 milhões. Estes superam de duas a 14 vezes os seus patrimônios declarados, respectivamente de R$ 4.800.471 e R$ 892.127. A terceira campanha à reeleição que se anuncia como a mais cara é a do deputado Edio Lopes (PMDB-RR): ele pretende gastar R$ 10 milhões, 37,6 vezes mais do que acumulou em bens, avaliados em R$ 265.569,60.

Depois de Marcelo Almeida (PMDB-PR), o segundo homem mais rico da Câmara dos Deputados, Vadão Gomes (PP-SP), informou patrimônio de R$ 192.511.136,60 e gastos de campanha de R$ 3 milhões, que representam cerca de 1,5% da sua riqueza. Na sequência, o terceiro mais rico, Alfredo Kaefer (PSDB-PR), vai gastar R$ 5 milhões, que equivalem a aproximadamente 5% dos seus bens, avaliados em R$ 95.728.260. Com um patrimônio de R$ 70.992.163,06, Sandro Mabel (PR-PR) tem a quarta maior fortuna da Casa, seguido por Paulo Maluf (PP-SP), que declara ter R$ 39.480.780,96. Mabel e Maluf pretendem gastar, nessa ordem, R$ 6 milhões e R$ 3 milhões. Há pedido da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo de impugnação da candidatura de Maluf.

Entre os 18 deputados federais que concorrem à reeleição e dizem não ter nenhum bem, estão Tatico (PTB-GO), que disputará por Minas Gerais, além de Carlos Willian (PTC-MG). O primeiro declarou em 2006, quando concorreu à Câmara dos Deputados por Goiás, um patrimônio de R$ 17,8 milhões, dos quais, R$ 15 milhões em 25 mil cabeças de gado, além de duas fazendas avaliadas em R$ 2,8 milhões. O segundo tinha em 2006, R$ 1.850.500. Tatico gastará nesta campanha R$ 4 milhões. William declarou despesas de R$ 2 milhões.

Os recursos empregados nas campanhas dos políticos, em geral, não saem de seus próprios bolsos. São apoiadores, grupos de interesses e empresários que financiam as despesas, além dos próprios partidos, que por seu turno também recebem contribuições de segmentos empresariais interessados em manter interlocução na Câmara dos Deputados.

 

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