Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Eleições 2016: reflexos e números; Judiciário Eleitoral; Tarifaço da Copasa; Meio ambiente
10/10/2016

Eleições 2016: reflexos e números

Muitas pessoas mandaram e-mails à coluna questionando a analise das eleições que foi publicada na última quarta. Os simpatizantes de cada candidato defenderam seus nomes e os seguidores do governo reeleito. Também defenderam a “retumbante vitória que o PTB obteve nas urnas”! A coluna não contesta a vitória do PTB ou a importância das demais candidaturas e seu papel no contexto eleitoral, mas reafirma que faltou unidade ás forças políticas da terceira via, faltou estratégia e humildade a esquerda e que a vitória do PTB foi exponencial em relação aos demais partidos, todavia, minoritária em relação a maioria dos eleitores que votou pela mudança. Além disso, a eleição de 11 dos 15 vereadores saírem das coligações que apoiavam Antônio Silva não significa dizer que o prefeito terá obrigatoriamente a lealdade dos seus 11 eleitos! Pelo contrário, é mais fácil o governo “seduzir” alguns dos que estavam na oposição do que fidelizar todos os seus! Todavia, é fato que neste começo de governo, o PTB terá todo apoio popular e espaço para implementar as mudanças necessárias e Antônio Silva tem tudo para fazer a sua melhor gestão nestes próximos quatro anos! Vai depender da equipe que montar e da oposição que for construída daqui para frente.

Excelência trazida pela reclamação

A única empresa de transporte coletivo que atende Varginha foi alvo de muitos questionamentos nesta campanha eleitoral. Muitos desejam que a empresa melhore seus serviços, reduza preços, faça novos investimentos e também muitas pessoas defendem que exista uma nova empresa de transporte coletivo em Varginha, a fim de que a concorrência faça com que o serviço melhore. Vendo tal movimento e reclamações, a empresa atual instalou um guichê na rodoviária a fim de ouvir os usuários e melhorar o serviço. Todavia, não se sabe se está nos planos do governo reeleito a implantação de mais uma empresa de transporte coletivo em Varginha, para fazer concorrência com a atual. A ideia é boa, mas o lobby contrário parece ser muito forte e “reza a lenda” que a empresa atual foi “generosa” em 2016! Será?

Judiciário Eleitoral

Passadas as eleições em Varginha, agora podemos falar com mais tranquilidade sobre a importante atuação do Judiciário local em todo o processo. Como sempre, o Judiciário se colocou distante do mundo político, com discrição, mas agindo quando provocado! Em que pese os sobressaltos, tivemos uma eleição tranquila, sem muitos incidentes.

Tarifaço da Copasa

Ontem a Câmara de Varginha foi sede de uma sessão presencial das audiências públicas que a Arsae/ MG– Agência Reguladora dos Serviços de Água e Esgotamento Sanitário de Minas Gerais– está fazendo em todo o estado.  No evento a Agência apresentou a pauta e os aspectos gerais para a 2ª etapa da Revisão Tarifária da Copasa. T

Tal revisão vai margear os novos preços cobrados pela Copasa no tratamento de água e esgoto, bem como no tratamento de resíduos sólidos que a empresa vai tratar em Varginha. Vale dizer que a Copasa e a administração municipal estão atrasadas com as promessas feitas sobre o tratamento do resíduo sólido em Varginha. Continuamos com o lixão irregular no Corcetti e sem funcionar o Aterro Sanitário. Alem disso, o valor da tonelada de lixo separado e enterrado no aterro que ainda não funciona é dos mais caros de Minas: mais de R$ 75 a tonelada! E com a nova tarifa, o preço vai subir ainda mais.

Na reunião também serão recolhidas contribuições para os estudos e análises que serão realizados pela Arsae. Os ambientalistas da cidade e todos aqueles que se preocupam com seus bolsos, deveriam participar do evento! As outras audiências serão realizadas em Diamantina (dia 7) e Belo Horizonte (dia 10).

Meio ambiente

As políticas de meio ambiente em Varginha estão realmente sendo feitas “ao meio”! Enquanto o governo municipal dá bom exemplo, dando descarte ambientalmente correto a lâmpadas fluorescentes dos prédios públicos, por outro lado, o mesmo governo vai terminar este mandato em dezembro sem iniciar a coleta seletiva do lixo, conforme prometeu há quatro anos! E o problema pode também não ser resolvido nos próximos anos, mesmo tendo sido reeleito este governo.

Ocorre que o secretário municipal de Meio Ambiente, que é próximo ao prefeito, disse que não pensa em continuar á frente da secretaria no próximo governo! A conversa pode ser apenas pano de fundo para não ser cobrado ou mesmo motivo para ser convidado novamente, mas de qualquer forma, Joadylson Ferreira diz que “esta cansado”! Será mesmo? O secretário trabalhou intensamente na reeleição e, embora não pertença ao “núcleo duro do governo”, esta bem perto! E como sabemos o “Poder” é tão bom e doce, que costuma viciar rápido e facilmente! A conferir!

Dois lados

A maior conta na crise brasileira está sendo paga (in)justamente pelos mais pobres. Segundo os dados mais recentes do Ipea, referentes ao trimestre encerrado em junho, a renda dos que recebem menos de um salário e formam a base da pirâmide social já sofreu uma queda real de 9% em relação a 2015. Foi a maior perda entre os segmentos pesquisados. No lado forte da corda, ou no topo da pirâmide, vai se dando o contrário. Os 10% que recebem os maiores salários no país tiveram no mesmo período um aumento real de 2,38%. Os estudos do Ipea, baseados em dados do IBGE, refletem uma tendência que vem sendo apontada por vários indicadores econômicos e sociais: o aumento da desigualdade de renda no nosso país, já um dos mais desiguais no mundo. Até 2014, o Brasil distribuía renda. Agora concentra. Essa inversão já preocupa economistas por representar um limitador à expansão do mercado interno e, consequentemente, da economia nacional.

Tempos difíceis

A reforma trabalhista pode preservar os “direitos trabalhistas” (férias, 13º etc.) para quem já os tem. Mas seu objetivo inegável é reduzir o custo do trabalho com novas formas de contratação e remuneração. Se não fosse para baixar as despesas das empresas com mão de obra, nem se cogitaria de reforma. E se o governo não abre mão de receita, resta cortar o valor pago pelo trabalho. A isso os economistas chamam de acumulação de capital. E no contexto de taxas recordes de desemprego, ela pode ser brutal.

Bons e podres

A dívida ativa da Prefeitura de Varginha possui dois valores diferentes. Um, na teoria, e outro, bem menor, na prática. É que no bolo estão incluídos débitos de recuperação quase impossíveis de recuperação, por exemplo, de empresas falidas, dívidas prescritas ou praticamente perdidas na Justiça. Muito destas perdas são em razão da ineficiência da estrutura pública responsável por essa recuperação financeira. Mas no total da dívida tais créditos “podres”, são lançados apenas por força da burocracia legal. Os débitos “bons”, passíveis de cobrança, não chegam a 40% do montante. Por certo que para pagar suas contas e fazer investimentos, o governo vai precisar cobrar eficiência na arrecadação de impostos e lides judiciais para este fim!

Ouro negro

Os números da cafeicultura divulgados na Semana Internacional do Café, aberta no Expominas, são por si só espetaculares. No quadro de crise do país, parecem milagrosos. Segundo Roberto Simões, presidente da Faemg, a safra mineira deve crescer este ano incríveis 29,74%! O próprio evento reflete a exuberância do setor: aumento de 8% no valor dos negócios em relação ao ano passado. Das 49 milhões de sacas de café beneficiado a serem colhidas no Brasil, cerca de 60% sairão de terras mineiras. Minas produz mais café que todo o resto do país junto. E, como o Brasil é o maior produtor global, o resultado é que nosso estado colhe mais café do que qualquer país no mundo. A exuberância do café e de outros agronegócios está puxando a reação da indústria nacional. Valentino Rizzioli, alto executivo da Fiat, comentou esta semana que a área no grupo italiano onde já se registra recuperação da produção é justamente a de equipamentos agrícolas, a cargo da CNH. “A agricultura move hoje a economia”, disse.

A empresária Celme Braga, leitora da coluna, disse que pela importância do café pra Varginha, seria justo que nas praças da cidade houvesse ao menos um pé de café plantado. Como o prefeito reeleito “gosta de fazer e reformar praças”, a ideia não seria de todo impossível ou injusta no momento!

Fluxo liberado

Segundo pesquisa da Amcham com 160 altos executivos, realizada em 16 de setembro, o fim do impeachment reaqueceu negócios norte-americanos no Brasil: 61% das empresas informaram a retomada de investimentos, sendo que 35% farão aportes financeiros no nosso país ainda neste ano.

Perguntar não ofende

Será que os perdedores da campanha eleitoral sabem que a política é dinâmica e que os amigos de hoje podem ser adversários amanha? Será que sabem que encerrada as eleições as provocações devem acabar? Ou será que não desejam se candidatar mais?

O prefeito eleito sabe que também deve acabar com as picuinhas e perseguições a grupos adversários? Ou o governo acha que dor de barriga dá uma vez só e que não vai mais precisar de apoios no futuro? Ou que terá base política confiável eternamente?

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